Blog da Li

Eu amo estar de férias, você não? Claro que sim.

Blog da Autora Li Mendi de Livros de Romance na Amazon

(Esta página do diário foi escrita por Ariel, minha amiga)

Tudo isso por causa do tempo que se tem livre para fazer tudo ou nada. Dormir, assistir televisão sem se preocupar com o amanhã. Aproveitar os momentos para relaxar, esquecer relógio, dia da semana. Todo dia é sábado ou domingo… nunca se tem certeza, mas o que importa é isso: não se preocupar com a vida!!!

O melhor de tudo é quando estamos com a pessoa amada. Fazemos de tudo um pouco e passamos horas esquecidas desfrutando da agradabilíssima companhia que é o nosso amado. Mas, tem casos que não são assim. Veja o meu, por exemplo, estou de férias da faculdade há algumas semanas (na verdade, nem sei quantas), porém, ainda estou trabalhando e, por isso, não pude ir visitar meu namorado. Daí, ele está de férias, mas também não pôde vir me visitar. Passamos a primeira semana das férias dele conversando muito, nos encontrando quase a todo tempo. É sempre muito bom ter um contato a mais do que aquele de sempre, tão “urgente e preciso” (como diz Oswaldo em “Léo e Bia”). E assim é até a segunda semana das férias chegar e, junto com ela, vem a viagem.

Ok, é um bom lugar para viajar. Muitos pontos turísticos, tirar fotos em tantos lugares quantos forem possíveis visitar. É uma corrida contra o tempo para que se possa passar por cada lugar interessante e levar o máximo de conhecimento da cidade tão grande, tão bela, tão visitada. E além de tudo, trocar experiências com os militares de lá, ver e participar das suas atividades, conhecer novas pessoas, rotinas diferentes, enfim, troca de experiência total.

Isso tudo é muito lindo e eu estou supercalifragilisticamente (ver “Mary Poppins”) empolgada para saber de cada detalhe, ver cada foto e ouvir cada história quando ele voltar. Falando assim nem parece que estou sofrendo com a ausência. Antigamente, eu sofria mais quando ele fazia viagens. As pessoas perguntavam: ‘tudo bem com você?’ – e eu respondia: ‘não, meu namorado viajou”. E sempre (em todas as vezes que houve esse diálogo) vinha a pergunta: ‘ele tava na cidade?’ – e eu: ‘não, ele tava lá, mas ele viajou para outro lugar e estamos sem contato’. Daí, riam de mim e completavam: ‘você fala como se ele estivesse perto de você e tivesse viajado’. Bem, era exatamente assim que eu me sentia.

Todas as vezes em que ele viaja, para mim, é como se ele estivesse saindo daqui de perto e indo para longe. Não temos comunicação certa, o tempo parece me enrolar para testar minha paciência e tudo perde a graça para mim. Porém, contudo, entretanto, todavia (e etc), agora é diferente. Eu não sofro como antes (como no livro do Haroldo Sherman, “já não sofro porque sofro”, ou algo parecido – nunca li, mas aprendi com a vida o que esse título quer dizer – tem uma explicação rápida no ‘ps’ disso aqui). Sinto falta das conversas, saudade da voz e dele inteiro, mas não deixo de viver por causa disso. Antes, eu me trancava no quarto e só saía para trabalhar e estudar. Agora, não. Eu mudei o foco. Não penso mais no sofrimento que é tê-lo tão distante e, praticamente, incomunicável. Eu focalizo lá na frente, concentro-me na data da volta e em todas as coisas legais que terei para contar a ele que fiz, vou poder ver o sorriso de orgulho em seus lábios e isso será tudo o que eu preciso para saber que valeu a pena esperar com tanta ansiedade, mas, com sabedoria. Seu semblante de felicidade como se dissesse: “Uau, ela se vira muito bem sozinha. Posso viajar tranqüilo que sei que ela cuidará de si mesma.” Você não imagina o quão importante é para eles saberem que nós nos cuidamos.

Ele saberá que eu sou independente nesse ponto. Que, digamos, sou madura o suficiente para que ele possa confiar em deixar-me no comando. Nós nos amamos, mas somos independentes… parece paradoxal, mas não é. Veja bem, eu li uma vez que você precisa ser feliz sozinha para, então, fazer alguém feliz. O princípio é somar as felicidades, e não, pegar a felicidade de alguém e fazê-la sua. Ou seja: eu sou feliz + ele é feliz = somos felizes. Conseguem ver que possui um equilíbrio nesse relacionamento? Se faltar felicidade em um dos fatores desta soma (você ou ele), o outro fator deverá suprir e haverá desequilíbrio no investimento que cada membro da operação está fazendo. É importante ter em mente que, se você faz do outro a peça principal da sua felicidade, coloca nos ombros dele a responsabilidade do relacionamento e isto está errado porque você está jogando a sua parte para cima dele, quando é você quem deve fazê-la. É por isso que ouvimos tanta gente dizer assim: “a culpa é dela que não faz isso ou aquilo”, ou então, a mulher: “ele não faz, ele não vem, ele não me dá…” e etc. Se um joga para o outro a responsabilidade de haver felicidade, não haverá paz porque ninguém consegue fazer alguém feliz. É algo que você decide ser, ninguém pode te dar. Mesmo que Deus te dê felicidade, você não a terá se não decidir plantá-la no coração e cultivá-la…

Um parêntese bem grande: Deus é onipotente, mas Ele é tão gentil e educado que te dá a opção de escolher. Se escolhemos receber o que Ele nos dá e cultivar, tudo bem. Mas, se optarmos por recusar, Ele é bondoso o suficiente para respeitar nossa escolha. Sofreremos as conseqüências do que escolhemos, mas não porque Ele nos castigue. É apenas uma regra: toda ação tem uma reação. E por isso, toda escolha envolve uma perda e há conseqüências a serem vivenciadas. Resta você escolher o melhor e… aqui vai uma dica: Deus é onisciente (sabe todas as coisas) e sempre escolhe o melhor para nós. Eu creio nisso e vivencio. Você crê?

… pelo contrário, só verá o lado ruim, estragará tudo o que é bom, enfim, não será nada feliz. Estamos em um relacionamento e precisamos investir, então leve a felicidade para dentro da relação, pois seu amor fará o mesmo e, juntos, só enriquecerão ainda mais um ao outro.

Continuando, é importante que eles saibam que saberemos cuidar de nós mesmas, porque, um dia (tomara que nunca chegue esse daí) que ele precisar se ausentar (guerra ou alguma missão muito longa) e que tivermos filhos, ele sabe que eu estou pronta para arcar com as responsabilidades sozinha. E eu quero mesmo estar pronta para isso. Quero ver o orgulho em seus olhos de ver uma esposa que é o seu braço direito, que tem disciplina para fazer o que é preciso fazer na hora que deve ser feito. Coragem para enfrentar tudo sozinha. E, principalmente, que o ama tanto que fará qualquer sacrifício só para que ele não se preocupe comigo e possa se concentrar no que está fazendo. É essa independência que eu busco. Não gosto de dar trabalho, pelo contrário, gosto de ser o braço direito, de resolver tudo prontamente. De ser ágil, esperta, pró-ativa, competente e eficiente!!!

Por exemplo, ele viajou agora. Eu estou muito feliz com a viagem. Empolgada para quando ele voltar. Mas, desta vez, estou fazendo diferente de todas as outras vezes. E o mais incrível é que, se eu for preparar um noticiário para ele com todos os acontecimentos só desses 4 dias que ele esteve fora, dá, pelo menos, duas horas de explanação com poucos detalhes e comentários. Isso se eu falar direto e ele não comentar nada, mas como nosso sistema é diferente, com certeza, teremos assunto por pelo menos duas semanas! Muitos comentários e debates interessantíssimos!!!

Mas, veja só… no domingo, fiquei triste e quase chorei porque não tinha ninguém com quem conversar e eu estava em casa sem ânimo (olha só o desânimo batendo à porta). Então, quando foi à tarde, minha mãe me chamou para sairmos e eu pensei até em recusar, só aceitei porque era um convite para o culto e eu estava realmente querendo assistir. Então, eu fui e tenho tanta coisa para contar! (rsss) Eu resolvi, então, que vou escrever uma carta para ele contando todas as novidades da semana. Faz tempo que não escrevo cartas e acredito que será uma linda surpresa para quando ele voltar cansado da viagem. Tenho feito as atividades a mim atribuídas com toda dedicação, tudo o que deve ser feito e só acumulando novidades e coisas boas para contar a ele. Surpreenda o seu amor sempre que puder!!!

Ahn… estou ficando repetitiva e específica demais. Por fim, só quero dizer que meu pensamento mudou. Antes, eu ficava triste com as ausências prolongadas. Hoje, elas são meus motivos de preparação de surpresas e ótimos noticiários para entretê-lo divertidamente em sua volta. Talvez minha tristeza antes era saber que ele estava nos campos da vida, sofrendo muito e, hoje, as viagens são para lugares muuuuito legais e ele vai se divertir de verdade! Talvez não.

O que importa é saber valorizar a ausência e a presença. Na presença, valorizar os bons momentos, não perder tempo com intrigas infantis ou sentimentos que não vêm de Deus, evitar brigar, conversar muito, falar sobre tudo, expor-se totalmente, porque um relacionamento deve ter confiança e cumplicidade. Um precisa dar ao outro a liberdade para ser ele mesmo. A presença acontece para vivermos juntos e aprendermos um com o outro. A ausência existe para refletirmos nossas atitudes com calma, nos prepararmos para o reencontro (que são sempre emocionantes) e, principalmente, fazer nosso coração sofrer porque só assim é que valorizamos a presença de quem amamos.

Um exemplo importante de nosso querido Jesus Cristo: lembram-se de quando Ele se ausentou e foi para o deserto? Aquele foi um momento para estar em comunhão com Deus. Quando nossos amados estão distantes, parece que ficamos num deserto sem esperanças. Este é o grande momento para estar em comunhão total com Deus, orar para que Ele proteja nossos respectivos amados, traga-os são e salvo. Não se esqueçam que Deus nos acompanha também no deserto e é lá que temos lições importantes, pois ficamos muito fracos e frágeis. Mas, é na fraqueza que somos fortes, porque não somos nós que batalhamos, e sim, Deus que toma a nossa dianteira e luta por nós. Vamos aprender com Paulo, na segunda carta aos Corintos:

“Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte”. (2 Coríntios 12:10)

Infelizmente, o ser humano só aprende (de verdade) levando porrada. E é por isso que Gabriel, o pensador, repete sempre… “até quando você vai levando porrada?”. Eu respondo: já apanhei demais e aprendi bastante. Só que, a minha vida vai ser assim, levando porrada aqui e ali, ate Jesus voltar para pôr ordem nesse coreto e nos levar para a vida eterna. Até lá… ainda tenho muito a sofrer porque, não sendo perfeita, tenho muitas lições para aprender.

Mas, ei, pelo menos já posso marcar uma gaivota em uma delas:
* eu valorizo a ausência e a presença!!!

 

(1) Comentário

  1. Tita diz:

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