“O frio no estômago, o pulso disparado, o coração que quer sair do peito… todas estas sensações têm uma explicação muito racional. O psiquiatra José Miguel Gaona explicou à Efe que o amor, embora não soe “especialmente romântico“, não deixa de ser uma conjunção de reações químicas, ligadas a outros estímulos como a alimentação, a atividade sexual e as afeições similares. Esse tipo de reações químicas, que se dão nos momentos de envolvimento e prazerosos, sofre a intervenção da norepinefrina, da dopamina e da feniletilamina. Além disso, elas possuem uma função determinada, como criar vínculos que permitam cuidar da descendência.
Além disso, Joaquín “Vea”, professor de Etologia da Universidade de Barcelona, disse à Efe que “as endorfinas estão presentes em maior quantidade no começo do relacionamento e que a oxitocina, produzida depois do orgasmo e quando as mães amamentam seus filhos, cria um vínculo de afeto”. Segundo ele, a relação entre hormônios e relacionamentos não é tão conhecida. “Não existe uma relação clara entre o comportamento e como os humanos vivem esta resposta emocional em nível consciente”, ou seja, sabemos que aumenta a produção de endorfinas, mas não o que provoca esse aumento.” (Agência EFE)
Bom, muito racional a explicação. Se ela resolvesse todos os problemas, eu a comprava com o MasterCard. Veja que interessante, o pulso disparado e o coração que quer sair do peito podem ter diversos estímulos: um beijão daqueles dignos de “MTV Movie Awards for Best Kiss”, uma carta de amor ou um bom papo-cabeça sobre um assunto que você goste. Ok, nem só de carne vive o homem (que péssimo trocadilho, perdoem a infâmia), mas de alguns “orgasmos pedagógicos” também!
Nem sempre é possível encontrar na mesma pessoa a fonte para todas as conversas supra intelectuais, para todas as diversões, para all, all and all. “Se fosse assim, os seres humanos viveriam em dupla e esqueceriam o resto do mundo. Para isso existem os amigos, eles complementam a nossa existência com a variedade de experiências, cultura, histórias e vivências que podem partilhar conosco”, disse-me a minha grande e sábia amiga Lucy.
Lembro nitidamente de uma cena da novela América em que a personagem da Débora Secco fala para o seu par romântico algo como: “Você não ama a sua noiva, você adimira o que ela pensa”. Na vida real, o amor pode ser confundido com paixão, com amar o fato da pessoa nos amar e… amar a inteligência de outrem. Nada disso é amor. Seu namorado pode ser inteligente, mas não é só por isso que você o ama! Essas confusões nos fazem viver às turras com nossos desejos totalmente insaciáveis.
Lembre-se: “amar é admirar com o coração. Admirar é amar com o cérebro”. (Theophile Gautier).
Devemos amar e admirar que amamos, mas não exigir que eles sejam perfeitos, quem sabem podem, no máximo, serem perfeitos dentro de suas limitações.
Isso facilitará a felicidade.
Li Mendi
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