Blog da Li

Boa sim, Boazinha nunca!

Blog da Autora Li Mendi de Livros de Romance na Amazon

Ninguém quer perder o amor. É como um emprego, damos tudo de si para não roubarem nossa vaga. E as estratégias para segurar a união podem desaguar em inúmeras situações desagradáveis. A pior delas: a supressão do eu. Isso mesmo, quando você é anulada, sabe disso, mas ainda sim é boazinha. A boazinha é aquela namorada que as pessoas admiram por sua entrega incondicional, mas sentem pena, porque ela vive para apanhar e sofrer. Uma vez que é boazinha, a mulher vai buscar desculpas em si para os erros do seu parceiro e, pior, depois se estende no chão como capacho para passarem em cima de novo. Nunca aprende a lição.

E não pense que ser boazinha é fácil. A boazinha faz mil surpresas de amor, gastando tempo, dinheiro e muito neurônio para produzir verdadeiras loucuras. Mas engole a seco as migalhas que lhe são oferecidas com um sorriso e… (sempre!) uma desculpa: “Ah! Tadinho, ele não pode, é o jeito dele, ele é tão tímido…” Poderíamos até fazer uma enciclopédia “Desculpas da Boazinha” com volumes separados por ordem alfabética. São tantas que seria necessário uma caixinha de DVDs com o compacto.

A boazinha sofre, mas ela não transforma seu sofrimento em pró-ação. Fica na passiva, porque não sabe se defender. A violência é algo do instinto animal. O problema é que o ser humano não ataca para garantir sua comida ou seu gen, ele ataca para ter poder sobre os demais da mesma espécie. É o que chamam de “racionalidade”, mas essa é outra história. A Boazinha tem uma grande energia atômica dentro dela. Porém, como uma boa energia atômica, fica escondida lá em suas minúsculas partículas “de coragem”. Tudo porque não vai se arriscar a perder. A sua insegurança não permitiria isso jamais.

Se fizermos uma tabela com os relacionamentos da Boazinha e cruzarmos os dados, veremos que interessante: os defeitos e as manias dos seus namorados se repetem. Por que será, São Benedito, (!) que a Boazinha busca o mesmo padrão de homens inconscientemente, dando voltas e caindo no mesmo caso, que só mudou de nome e endereço? Ora, porque ela não foi capaz de dar um basta. Está constantemente na expectativa de que no próximo relacionamento vai ser diferente e consertar o outro. Só que ela não precisa consertar o outro, ela tem que mudar a própria visão fraca que tem de si! Quando ela conseguir se valorizar e parar de engolir sapo, as pessoas vão ter medo de magoá-la e feri-la.

A boazinha está em toda vizinhança. Não a vejam como a dona de casa barriguda no fogão, ou como a secretária executiva machão que nunca encontra ninguém. Porque a boazinha é na verdade um estado de espírito e não um status social.

Como alguém vira Boazinha?

Mil possibilidades, mas vamos a uma mais genérica que acaba sendo comum a maioria dos casos. Na infância, a criança é cobrada a ser sempre aquela que faz boas ações e deve praticar o bem acima de qualquer coisa (Principalmente dela mesma!). Quando esta lei é mal colocada em prática, a criança deixa de se defender para estar toda hora agradando seus amiguinhos que a sacaneiam. Para piorar, recebe elogios “Isso, tem que fazer assim mesmo, porque lá na frente você terá sua recompensa”. A babaca da Boazinha acredita que se ficar ali invisível, anulada, mas sendo boazinha, um dia vão olhar para ela com piedade. Mas lembre-se, os grandes nunca venceram porque os outros tiveram pena deles, mas porque souberam ser ativos e agressivos-não-violentos.

Como ela é boazinha releva tudo com sua “paciência budista”, ele naturaliza suas ações e se acostuma a fazer tudo sempre igual, com a mesma indiferença. O comodismo é o pior defeito do ser humano, se ele pode seguir um padrão de comportamento, não vai usar energia nenhuma para alterar isso. Como a boazinha não reclama, a tendência é piorar.

Todas as escolhas antes de serem tomadas devem levar em consideração os prós e contra. Mas já reparou como “coincidentemente” (?!) são os contra dele que pesam na hora da decisão? A Boazinha é uma pecinha de lego que se acopla segundo a vontade e o sabor da vida dele. Ela pode sempre se anular em tudo, mas ele nunca!

A boazinha não se ama, espera que o outro a reconheça, quando na verdade ele já se acostumou a não enxergá-la, porque ela faz isso consigo mesma!A boazinha pode não estar sozinha, mas dificilmente experimentará a felicidade.

Seja boa, não seja boazinha!

(5) Comentários

  1. Lívia diz:
  2. Lívia diz:
  3. fernanda diz:
  4. Tita diz:
  5. Li diz:

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