Blog da Li

Mulher de Militar

Blog da Autora Li Mendi de Livros de Romance na Amazon

Esse texto é o resultado de um bate papo sobre o que pensam a respeito de uma mulher de militar com minha amiga Lucy.

Li: Não é revolta, é puro desejo da análise que me fez pensar um pouquinho sobre a maneira como andam narrando nosso perfil por essas bandas do Brasil afora. Let’s go:

Mulher de militar não faz nada, só fica em casa

Li: Sim, tem mulheres que podem se dar ao luxo de terem uma empregada e passarem o dia lendo Caras e pintando a unha de vermelho. Mas se são uma minoria, não é um número considerável para garantir a generalização. Em geral, elas acordam às seis da manhã (quando não antes), fazem café para o marido, levantam as crianças, passam o uniforme, vestem as crianças, levam os pimpolhos na escola, enfrentam a fila do banco, correm na feira, fazem o almoço, pegam os filhos na escola, colocam o almoço, lavam a louça, ensinam o dever de casa, gritam para as crianças entrarem em casa, saindo da rua, dá banho nas crianças, faz o lanche, limpa a casa, lava a roupa, cata a roupa, coloca a janta, lava a louça da janta e… (ufa, pega o fôlego), tomam aquele banho de óleos e perfumes para esperar o marido. Bem, não é isso que posso chamar de ficar “parada” em casa.

Lucy: _É que tem gente que acha que é fácil ser dona de casa… [¬¬]

Namorada/noiva/mulher de militar nasceu para sofrer

Li: Sim, a gente chora as Cataratas do Iguaçu quando preciso. Mas viajamos o Brasil e comemos as frutas que as outras mulheres só vão ver as jornalistas da televisão mostrar como algo pitoresco, a gente anda de barco, avião, caminhão e atravessa os lugares mais lindos, crescemos culturalmente, conhecemos muitas pessoas (fazendo muitos contatos) e ficamos muito mais maduras, aprendendo a valorizar o que é realmente importante e esquecendo-se das pequenas intrigas que só servem para acabar, pouco a pouco, com a beleza do relacionamento. Enfim, sabemos o que é um belo Passeio Turístico em prática, sem precisar de Agências e aproveitamos cada minuto, sem estragar o passeio por causa de uma frescura ou outra.

Eles chegam sempre cansados e ficam sem pique para nada

Sim, eles chegam um dia cansado do serviço, ou campo. Mas não sabem do poder “Regeneraitor” de uma “tora” (que significa dormir, gente!!!). Levantam com um vigor de romper os nervos. Só que, claro, essa parte do segredo a gente não conta! Fica só entre nós…

Mulher de militar não é culta

Li: Sim, uma geração passada de mulheres não teve as mesmas chances, largou os estudos e seguiu como “Mulheres do lar” (não sei como denominar isso direito). Bom, mas o que vejo hoje entre as namoradas é uma realidade diferente. A maioria faz faculdade, estuda e tem objetivos concretos para suas carreiras profissionais. Só daqui uns anos poderemos mudar a leitura sobre esse paradigma.

Lucy: _Li, eu tenho algo a dizer!!!

Para mim, ser “do lar” não significa não ter cultura. Eu, se pudesse, escolheria ser uma dona de casa, e escolheria feliz! Então, quem sabe, eu poderia estudar…

1) Curso técnico de administração e contabilidade – para aprender a gerenciar os assuntos do meu marido, suas finanças, seus investimentos, suas contas no banco, administrar melhor nossos gastos com escola, comida e poderia…

2) Terminar meu curso de Direito com calma – me especializar em Direito Militar e ajudá-lo, eventualmente, com alguma questão jurídica perante as FFAA, ou quem sabe, ajudar as minhas amigas (que serão vizinhas!) caso elas precisem saber o procedimento jurídico correto para que os filhos não se prejudiquem em nada futuramente quando ela ou ele não estiverem mais entre nós – é ruim de pensar nisso, não é? Se você não tem força ou não quer, me desculpe, está se prejudicando. Melhor pensar nisso agora enquanto ambos estão vivos, do que na hora que ele falecer e você estiver sem ele para te ajudar a deixar tudo pronto para que você possa passar por isso com menos preocupações. Vai ter o trabalho apenas de consolar seus filhos e a si mesma. E se você acha que eu sou muito fria ao falar assim, é porque você não conhece meu histórico. Ah! E eu amo meu namorado infinitamente, inclusive, por amá-lo tanto é que deixarei tudo certinho, caso eu vá encontrar-me com Deus antes dele. Não quero minha família com problemas depois que eu partir.

3) Ainda posso, finalmente, continuar meus estudos de música (canto e instrumentos), e assim poder entreter minha família numa tarde de domingo, regada à refrigerante e muita comida gostosa que, inclusive, foi toda feita por mim porque fiz…

4) Curso especializado em culinária – para dar uma ótima qualidade alimentícia para aqueles que eu amo. Cozinhar coisas saudáveis, porém saborosas! E ainda, poderia terminar…

5) Meu curso de línguas (inglês) e fazer outras que tenho tanta vontade – assim, nas viagens ao exterior, não teremos que contratar um tradutor, pois eu saberei de tudo. Além disso, vou ensinar aos nossos filhos e a ele também! Imagina! As crianças já terem uma base de, no mínimo, três línguas estrangeiras e, assim, terem facilidade quando eu matriculá-las em um cursinho! Que maravilha! Posso ainda estudar…

6) Mecânica de automóveis – assim, não teremos que levar o carro no mecânico! Mas, é claaaaaaaaro que eu não vou deixar no chão embaixo do carro para consertar nada, afinal, eu sou uma princesa. Isso é com ele (mas, se for preciso, eu faço sem frescuras). E se eu souber algo já ajuda para caramba. E ainda temos…

7) Curso de especialização em criação de crianças – preciso comentar?

É, minhas queridas, ser dona de casa não é fácil. E saibam que as cobranças são muito maiores quando você é considerada “do lar” porque parece que você tem mais tempo para as coisas. Só que não é bem assim, como bem descreveu a nossa queridíssima Li! É difícil mesmo. Só para quem tem dom ou quem tem muita, mas muuuuuita força de vontade.

Mas, voltando ao assunto…

Namorada de militar é igual pombo, só anda em bando

Li: A nossa união se dá pelo fato de que não conseguimos explicar para as pessoas que não vivem a nossa realidade o que passamos. Em momentos de dificuldades, temos que nos unir e buscar os conselhos certos das pessoas que de fato entendem do assunto. Mas não andamos só em bandos, temos também nossos amigos de outros ciclos sociais. Esses bandos que falam são uma maneira pejorativa que tem origem nos antigos clubes da luluzinhas de mulheres de oficiais que nem vou dar assunto aqui porque para mim também é deprimente.

Lucy: _Mulher, de uma maneira geral, só anda em bandos mesmo! Nós nos divertimos muito! (risos)

O amor que elas vivem não é real

Li: Bom, amor real é uma questão de ponto de vista. Porque as loucuras de amor que vivemos são tão bonitas quanto qualquer filme de cinema, livro ou novela, talvez isso sim seja viver a grande aventura de um amor…

Lucy: _Se eu te disser uma frase do tipo “é preciso amar como se não houvesse amanhã” ou “deixe as pessoas que você ama sempre com uma palavra de carinho, pode ser a última vez que as verá”, você consegue pensar nessa possibilidade ser real na sua vida? Você acorda todos os dias querendo aproveitar cada segundo pois sabe que aquele pode ser o último? Não!? Então, você não vive uma vida real. Você vive achando que é o super-homem, que não morre. Você pode morrer depois de ler esse texto, engasgada com um amendoim que estava comendo, distraidamente, enquanto lia. E se isso acontecer? Qual foi a última coisa que você disse ao seu amor quando se viram da última vez? Pois é… nós vivemos essa realidade. E a nossa realidade é muito mais dura que a das outras pessoas porque nós, sim, sabemos que a qualquer momento podemos perdê-los. Temos consciência de que não poderemos vê-los a hora que quisermos e tudo isso contribui para o nosso amadurecimento. Aprendemos a não perder tempo com besteiras e, muito menos, a ver chifre em cabeça de cavalo. Chegamos e saímos com a certeza de que cada segundo valeu a pena. Cada segundo, não os minutos apenas, nem as horas. Cada segundo é um flash, para nós (e isso é porque não temos noção de milésimos de segundos!).

Elas gostam é da farda deles

Li: Não, a gente gosta mesmo do conteúdo da farda, agora se eles ficam lindíssimos naquela roupicha, então, lamento, lamento, mas o gato é meu, tira o olho que eu mordo! (desculpem, não agüentei! Hahaha)

Lucy: _Ihh, gente… tem pessoas que realmente acreditam que, no escuro, todo gato é pardo (não é assim o “velho deitado”? risos). Para algumas, a farde é importante. Para outras, não. É o que a Li falou, não pode generalizar. Ninguém é igual a ninguém, já diz o tio Gessinger. E eu concordo com a Li: se eles ficam bem de farda… *suspiro* aiai… (Quer um para você? Joga o teu civil indisciplinado nas FFAA que ele vai ser ‘consertado’ rapidinho!)

(4) Comentários

  1. Nathália diz:
  2. Li diz:
  3. Li diz:
  4. Lucy diz:

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