Blog da Li

Como superar as ausências?! Amor à distância

Blog da Autora Li Mendi de Livros de Romance na Amazon

Uma conversa com minha amiga Lucy sobre amor a distância:

Li: _ Lucy, recebi um e-mail que gostaria de dividir contigo e com todas as meninas do blog, afinal, ele se refere a uma situação muito comum de acontecer. O e-mail é de uma namorada de cadete do 1º ano da AMAN. Diz assim, vou ler:

“Hoje, faz 1 ano de namoro. Meu namorado está lá em Resende e eu no interior de São Paulo (acho que umas 6 horas de distância). Sábado foi o Espadim e não deu para eu ir (por causa do meu trabalho). Então, hoje liguei para o meu namorado toda feliz e depois que falei com ele fiquei muito “triste”.

Ele mal conseguiu falar comigo de tão cansado, eu sentia que ele estava tentando, mas não conseguiu falar nada. Ele só sabia falar que a academia está acabando com ele. A conversa se resumiu no q a Aman está fazendo com ele.

Para piorar amanha é meu aniversário, e outra vez acho que nem escrever ele vai poder. Disse que tem prova, campo e q não tem cabeça pra escrever. Eu sei que ele não está assim por mim, afinal, quando ele sai da Aman, volta a ser o garoto pelo qual me apaixonei: atencioso, carinhoso, enfim, com todas qualidades possíveis.

Depois que falei com ele pelo telefone, deu vontade de mandar um e-mail brigando sabe? Dizendo para ele que se é difícil pra ele, pra mim também é… Mas depois comecei a ler os textos do blog, pensei bem e não mandei e-mail nenhum.

Sei que no fundo ele também não tem culpa e que queria tanto quanto eu estar aqui”.

Li: _ Posso dizer que já passei pela mesma situação incontáveis vezes, acho que a Lu também. Afinal, já são 4 anos de AMAN que se vão… Não creio que a Academia seja uma vilã, uma vez que eles foram para lá por livre e espontânea vontade de se formarem verdadeiros oficiais fortes e preparados. Porém, certamente a rotina é cansativa, cheia de responsabilidades, horários e exercícios e, no fim, os namorados estão cansados e querendo uma boa noite de sono.

Lucy: _ E é uma canseira tão grande que eles mal conseguem raciocinar. Meu namorado comentou uma vez que fora da AMAN, em casa, é o único lugar no qual consegue dormir direito. Porque não dá pra relaxar lá dentro. É QAP (“quando acionado pronto”) o tempo inteiro, não tem como baixar a guarda. Meia hora de sono no colo da namorada vale mais do que uma noite inteira no frio alojamento da AMAN.

Li: _ Agora é como você disse, “E nós com isso?”, temos que ficar aqui, então, tolerando, além da distância, a escassa comunicação? Pois é, isso explica a dura realidade de que são poucas as mulheres que conseguem agüentar esse tipo de namoro. É preciso desprendimento do principal que é a própria comunicação, que fica restrita a breves telefonemas.

Lucy: _ Muitas mulheres falam “namoro à distância não é pra mim”. Elas querem contato o tempo inteiro e são incapazes de abrir mão de algo em prol de alguém. Não conseguem conceber a imagem de telefonemas rápidos (só para dar sinal de vida) encontros esporádicos (que vão desde “todos os dias” a um “só em época de festividades nacionais”, até mais tempo que isso, sendo só uma vez ao ano, como era o meu caso há algum tempo atrás), não estão dispostas a sacrifícios emocionais profundos. É muita tempestade mental para uma mulher agüentar sozinha, por isso que o homem, mesmo com todos os seus problemas, precisa ser forte para ela. Assim como ela, ao aprender a caminhar sobre os ladrilhos desta estrada hostil, precisa se fazer forte para que o homem não carregue sozinho por sobre os ombros toda a carga psicológica desse relacionamento que é composto por quatro ombros. Se dá para repartir as responsabilidades, por que não ajudar?

Li: _ Eu gostaria de ter uma fórmula, um remédio, uma receita para te dar, mas não tenho. Porque em mim também dói todas as vezes que isso ocorre. Contudo, posso dizer o que, no meu caso, eu estou fazendo. Eu procuro ocupar meu tempo escrevendo, batendo papo com as amigas (Lucy, como você me tolera tanto? A gente tagarela e ri muito juntas!), trabalhar pesado, estudar mais que o possível para a faculdade. Enfim, ocupar a cabeça para não deixá-la mergulhar em uma depressão. Por exemplo, quando eu me despeço dele, seja no fim de semana, ou pós-férias, procuro chegar em casa e fazer qualquer coisa. Lavo a louça, dobro as roupas do guarda-roupa, pego um livro para ler. Jamais deito na cama e enfio a cara no travesseiro, não se pode dar “trela” para a tristeza.

Lucy: _ A questão é o seguinte lema: já não sofro porque sofro (livro de Haroldo Sherman, nunca li, mas entendo, vivo e aplico bem esta frase na minha vida). Todas as vezes em que eu lamentei a distância, a ausência dele, meu namorado falava que eu deveria aproveitar esse tempo distante para me construir, para quando ele sair de lá, eu estar pronta para seguir com ele. No início foi bastante difícil superar essa dificuldade, mas nada é impossível para Deus. E como tudo posso nAquele que me fortalece, eu consegui mudar meu jeito de pensar e sentir. Hoje, a distância incomoda, a ausência traz um vazio, os desencontros frustram, mas nada me abala. Sou casa firme construída na rocha. Sou porto seguro em meio à tempestade. Não sou um porto totalmente construído porque leva anos para se solidificar realmente, como uma árvore que cria raízes fortes. Demora bastante e é necessário um cuidado especial. De qualquer forma, estou todos os dias construindo-me aos poucos. Um dia de cada vez. Assim como a Eli, eu ocupo meu tempo com outras coisas. No início, eu relutava em fazer isso achando que eu estaria, tipo, traindo o amor que sinto por ele, como se esse amor precisasse estar sofrendo para provar sua veracidade, mas não é assim que as coisas são. Minha rotina diária não me deixa mais ter tempo para deitar na cama e pensar na vida sem graça que é sem ele ao meu lado para compartilhar tudo. A verdade verdadeira é que a tristeza já não dói, é um filme reprisado tantas vezes que já não tenho reação ao vê-lo. Não tenho mais forças para chorar, nem saco.
É complicado dar um exemplo meu ou da Eli porque cada um tem uma experiência de vida. Tipo assim, pessoas que namoravam antes da EsPCEx, amigos de escola, vizinhos, dentre outras situações em que a característica principal era a proximidade da relação (como a Bela e o Caio do Livro “Um Coração em Guerra”, autora Li). Para estes é mais difícil a separação. Porque já tiveram, estavam acostumados e tudo. Para mim, que nunca o tive nem na mesma região brasileira, talvez se torne mais fácil. Ou melhor, menos difícil, porque viver longe de quem se ama, tendo convivido com a pessoa ou não, na minha opinião, é igualmente complexo. Mas, eu creio firmemente que tudo é uma questão de hábito e tomada de decisão.
Por hoje não vou sofrer.
Já não sofro porque sofro.
Quero dizer, porque se lamentar? Isso não o trará para mim, vai apenas me machucar e me fazer odiar a AMAN, a distância, talvez, um dia, me leve a odiá-lo por qualquer que seja a situação.

Li: _ Quer ver uma situação? Ontem, eu liguei cinco vezes para o meu namorado e, quando consegui, ele me disse que tinha que correr, porque no dia seguinte teria uma prova e estudara pouco. Eu fiquei olhando o fone na minha mão, com uma cara de “puxa, isso que eu chamo de telefonema rápido”. Eu podia começar a chorar, me descabelar, achar que ele era isso ou aquilo, ou respirar fundo e procurar seguir minha vida.

Lucy: _ Ela tomou a decisão PHN (“por hoje não”).

Li: _ Nessa hora, a Lu sempre me ouve e vem com um assunto para a gente rir. É bom ter uma amiga para dizer “hei, não embarca nessas teorias, não, ele não fez por que quis, pensa só como estava cansado e ainda tem prova no dia seguinte, para qual não estudou!”. Aliás, as amigas são nosso SuperEgo, que nos fazem racionalizar e criticar nossas atitudes para o nosso bem.

Lucy: _ Quando a emoção fala mais alto (mulher precisa desabafar mesmo e acaba surtando), as amigas são a razão para nos segurar e não deixam que a gente enlouqueça geral!

Li: _ Eu disse: “Pô, Lu, só vivo respirando fundo. Aliás, ando respirando tão fundo que deve ser por isso que estou mais redonda”. Ela começou a dar gargalhadas e eu e ri também. Droga, a situação era para chorar, mas se dá para rir, por que não rir?

Lucy: _ Poutz… se a gente for parar para falar os porquês de chorar, uma noite… aliás, mil e uma noites não serão suficientes para suprir nossa necessidade de choro.

Li: _ É menina, não é fácil mesmo, mas tem as recompensas. Isso vai se repetir várias vezes, nos próximos três anos. Aí, você me diz: “Poxa, Li, era para me animar”. É que não quero que fique iludida, quero que tenha consciência da realidade, assim fica mais fácil encarar de frente a questão.

Lucy: _ É importante saber que as dificuldades existam e de nada adianta lamentar. O importante é levantar a cabeça e pensar na solução, racionalizar as emoções para não se deixar levar pelo egoísmo que brota do desespero.

Li: _ Hoje, eu fui a faculdade falar com um professor sobre a minha monografia e ele não apareceu. Meu telefone tocou e meu namorado, que fazia um estágio ali perto, perguntou se podíamos almoçar juntos. Eu não podia acreditar! Pela primeira vez em nosso namoro almoçaríamos assim “no meio do seu dia de estudo e no meio da semana”. Foi incrível. Imagina se eu tivesse feito um escândalo no dia anterior? Ele não teria ido bem na prova e estaria um climão tão chato que nem me convidaria para almoçar.

Lucy: _ Para você ver como uma decisão pode afetar seriamente o futuro.

Li: _ Evite totalmente toda e qualquer discussão “by tel”, porque elas desgastam. Pense bem, esfrie a cabeça antes. Eles ficam muito abalados e se podemos subtrair as discussões, melhor ainda!

Lucy: _ Sempre dê um tempo para pensar. Deixe a poeira baixar para que você possa enxergar melhor o que vai fazer e…

Li: _ Eu poderia ficar aqui escrevendo mil laudas sobre o assunto, mas na verdade não adianta muito, essa é uma coisa que só aprenderá com sua experiência. Depois olha o link ali em cima depois do título do blog: “Dicas para as namoradas”, é do livro que escrevi. Lá tem muitas coisas sobre como é “namorar um militar”. Se não leu ainda, fica o bizu para todas.

Lucy: _ E cada uma tem seu tempo para aprender a lidar com as próprias emoções. A única coisa que não muda e a força de vontade. Todas precisam de força de vontade (insana) para superar todas as dificuldades. Amor? Oras, o amor verdadeiro não acaba, mas pode acontecer de amar alguém e não querer mais viver com ela por causa do sofrimento pelo qual tem passado. Mas, a força de vontade te faz caminhar. Amar é eterno, conviver é uma escolha diária. Se você acha que vale a pena, continue. Racionalize, evite tempestades em copos d’água (inclusive, é um ótimo livro para ler). Evite dramas hollywoodianos. A vida, em grande parte, é bem simples, basta você olhar com os olhos da simplicidade e verá a solução.

_ Ah, Li, eu só quero complementar que a solução, da qual eu tava falando, não é tão fácil assim. A vida é simples porque as soluções são claras. A parte difícil é querer pô-las em prática. O relacionamento envolve sacrifício, compreensão, cumplicidade e muita, mas muita, paciência. Tudo isso em dose tripla. E não é só para nós, namoradas de militar. Toda mulher passa por isso, só as circunstâncias é que mudam um pouquinho. A essência é a mesma, o que muda são os exemplos. É isso. Tenha força sempre e cultive o amor incondicional. E… chega de falar! (risos)

P.s: _ Meninas, vamos combinar o seguinte? Se vocês estiverem passando por alguma situação que queiram ouvir conselhos ou palavras amigas, mandem um e-mail para nós contando, não precisa ser nada elaborado, basta abrir seu coração. Nós publicaremos aqui e tentaremos ajudar. [email protected]

Agora, comentem aqui embaixo esse post e partilhem a experiência de vocês, é uma forma agora de darem apoio a essa namorada que está começando a enfrentar esses questionamentos e situações.

(8) Comentários

  1. titta_* diz:
  2. titta_* diz:
  3. Ana Paula do MS diz:
  4. Ana Paula do MS diz:
  5. ana paula diz:
  6. paula diz:
  7. Lucy diz:
  8. Li diz:

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